Em três reportagens publicadas na noite de ontem em seu site, o jornal americano The New York Times fez uma análise do atual cenário político brasileiro, analisando, em especial, o Partido dos Trabalhadores. O jornal fez um retrospecto da história do PT, que, segundo o TNYT, é um dos partidos de esquerda mais duradouros do mundo. Relembrou as origens marxista e sua árdua luta até chegar ao poder. Para o TNYT, o PT sofreu com o Impeachment uma pancada do Senado que deixou o partido paralítico. O Jornal reproduziu a frase do jurista Hélio bicudo que afirmou que o partido teria sido intoxicado pelo poder. Ainda foi criticada a incapacidade do partido em lidar com uma grave crise econômica e "um esquema colossal de corrupção".
O jornal também fez questão de anunciar que, apesar de vários políticos do partido estarem diretamente ligados a esquemas bilionários de corrupção, ainda não existe nenhum processo contra a Presidente Dilma, mas que o seu antecessor, Lula, tem sérios riscos de ser preso. O jornal concluiu sua publicação dizendo:
"Marcado pela ganância, traição e a busca de poder cada vez maior, a queda do PT do estado de graça tem todos os elementos de uma tragédia de Shakespeare. Sua principal protagonista é o Sr. Lula da Silva, 70 anos, que trabalhou como engraxate antes de conseguir um emprego em uma fábrica de parafuso. A partir daí, ele subiu para a presidência e supervisionou um boom econômico. Universalmente conhecido pelo apelido de Lula, ele era uma figura política improvável cuja sintaxe e retórica esquerdista atingiu em cheio a elite brasileira. Mas em 1998, depois de três lances sem sucesso à Presidência da República, Lula mudou sua estratégia. Ele trocou suas camisetas para ternos costurados e falou de uma mudança revolucionária, dizendo que ele iria honrar os US $ 250 milhões em dívida externa. (...) Para ex-partidários do partido como Idelber Avelar, o ponto de ruptura veio quando o Sr. da Silva começou a formar alianças com chefes de partidos da oposição que não compartilham os ideais do Partido dos Trabalhadores.
(...) A aliança com aliados comprados quase derrubou o governo de Lula em 2005, quando um esquema de compra de votos que pagava legisladores da oposição por sua lealdade foi exposto pela mídia brasileira. Lula resistiu ao escândalo e foi reeleito em 2006, mas ele estava substancialmente enfraquecido pela crise e foi forçado a entrar em ainda mais alianças para manter o seu apoio no Congresso.
Aparentemente impune com o escândalo de compra de votos, o Partido foi secretamente se envolvendo em um esquema de propina enorme com executivos da Petrobras, a gigante estatal de energia. Os arranjos envolviam a lavagem de bilhões de dólares desviados ao Partido dos Trabalhadores e seus parceiros de coalizão no Congresso. O escândalo abalou a elite política do país, com dezenas de executivos e líderes de partidos presos ou sob investigação. Alguns dos assessores mais próximos de Lula estão entre os caídos, mas ele insistiu que não tinha conhecimento do acordo."
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