domingo, 20 de março de 2016

Capitalismo em Cuba: Obama leva empresários americanos na sua comitiva à ilha

A chegada do Presidente Barack Obama hoje a tarde em Cuba é histórica. Obama é o primeiro presidente americano a visitar a ilha em mais de 80 anos. Além de ser um grande marco político para os dois países, a visita pode trazer mudanças significativas na economia da ilha. Juntamente com Barack Obama, uma grande equipe de empresários americanos se juntou à comitiva com esperanças de se inserir no fechado mercado cubano.
Diretores da Xerox, Marriot, PayPal e AT&T estão acompanhando o presidente americano em sua visita. Segundo o canal Fox Business, o governo cubano já está em negociações avançadas com a operadora de telefonia AT&T e com a rede de hoteis Marriot, que devem começar a operar em território cubano muito em breve. Empresas de aviação americanas, como American Airlines, devem criar diversos voos diários a Cuba até fim do ano. Um acordo assinado entre os EUA e o governo cubano autorizou até 110 voos diários entre os dois países. Um dos filhos do ex-presidente Fidel Castro, Aléx Castro, afirmou em entevista à “América TéVé” que o governo cubano está disposto a fazer uma parada no socialismo e aproveitar os estímulos econômicos propiciados pela reaproximação com os EUA. Ele afirma: “Coca-Cola e McDonald’s são bem-vindos em Cuba. Somos vizinhos, pode haver uma fábrica de Coca-Cola. Estamos fazendo um ‘break’ no nosso socialismo, mas não renunciaremos a ele”. No mês passado, o governo americano aprovou que uma empresa americana abrisse uma pequena fábrica de tratores em território cubano, que empregará até trinta cubanos. Será a primeira fábrica americana na ilha desde o rompimento das relações há cinquenta anos. 
Há, no momento, uma forte expectativa de empresários e do governo americano que a ilha de fato abrace o capitalismo com a retomada das relações. Segundo o próprio Barack Obama, a sua visita visa aumentar o diálogo entre os países, pressionar o governo cubano para respeitar as liberdades individuais e abrir espaço para que empresas americanas passem a atuar na ilha. A analista internacional Pam Falk, da rede de TV americana CBSN, afirmou hoje a tarde que as conversas entre empresários americanos e o governo cubano estão avançadas, mas os cubanos ainda enfrentam uma certa dificuldade de entender a lógica do modelo capitalista depois de mais de 50 anos sob um forte regime socialista. A retomada das relações, por outro lado, não significa o fim total do embargo econômico na ilha. Para que o embargo seja extinto seria necessária a aprovação do congresso americano, que ainda vê com cautela o governo cubano, principalmente pelas frequentes acusações de ameaças aos direitos humanos e liberdades individuais.

Mesmo com o embargo vigente, será bem possível muito em breve pegar um voo em Nova Iorque, aterrissar em Havana, se hospedar num Marriot nas Playas de Este, lanchar numa McDonald’s em Habana Vieja e tomar uma Coca-Cola no Buena Vista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário