A chegada do Presidente Barack
Obama hoje a tarde em Cuba é histórica. Obama é o primeiro presidente americano
a visitar a ilha em mais de 80 anos. Além de ser um grande marco político para
os dois países, a visita pode trazer mudanças significativas na economia da
ilha. Juntamente com Barack Obama, uma grande equipe de empresários americanos
se juntou à comitiva com esperanças de se inserir no fechado mercado cubano.
Diretores da Xerox, Marriot,
PayPal e AT&T estão acompanhando o presidente americano em sua visita.
Segundo o canal Fox Business, o governo cubano já está em negociações avançadas
com a operadora de telefonia AT&T e com a rede de hoteis Marriot, que devem
começar a operar em território cubano muito em breve. Empresas de aviação
americanas, como American Airlines, devem criar diversos voos diários a Cuba até
fim do ano. Um acordo assinado entre os EUA e o governo cubano autorizou até
110 voos diários entre os dois países. Um dos filhos do ex-presidente Fidel Castro,
Aléx Castro, afirmou em entevista à “América TéVé” que o governo cubano está
disposto a fazer uma parada no socialismo e aproveitar os estímulos econômicos
propiciados pela reaproximação com os EUA. Ele afirma: “Coca-Cola e McDonald’s
são bem-vindos em Cuba. Somos vizinhos, pode haver uma fábrica de Coca-Cola.
Estamos fazendo um ‘break’ no nosso socialismo, mas não renunciaremos a ele”. No
mês passado, o governo americano aprovou que uma empresa americana abrisse uma pequena fábrica de tratores em território cubano, que empregará até trinta cubanos. Será a primeira fábrica americana na ilha desde o rompimento das relações há cinquenta anos.
Há, no momento, uma
forte expectativa de empresários e do governo americano que a ilha de fato abrace
o capitalismo com a retomada das relações. Segundo o próprio Barack Obama, a
sua visita visa aumentar o diálogo entre os países, pressionar o governo cubano
para respeitar as liberdades individuais e abrir espaço para que empresas americanas
passem a atuar na ilha. A analista internacional Pam Falk, da rede de TV
americana CBSN, afirmou hoje a tarde que as conversas entre empresários
americanos e o governo cubano estão avançadas, mas os cubanos ainda enfrentam
uma certa dificuldade de entender a lógica do modelo capitalista depois de mais
de 50 anos sob um forte regime socialista. A retomada das relações, por outro
lado, não significa o fim total do embargo econômico na ilha. Para que o
embargo seja extinto seria necessária a aprovação do congresso americano, que
ainda vê com cautela o governo cubano, principalmente pelas frequentes
acusações de ameaças aos direitos humanos e liberdades individuais.
Mesmo com o embargo vigente, será
bem possível muito em breve pegar um voo em Nova Iorque, aterrissar em Havana, se
hospedar num Marriot nas Playas de Este, lanchar numa McDonald’s em Habana
Vieja e tomar uma Coca-Cola no Buena Vista.