Depois de muita espera, estreia no Brasil o faroeste americano "O Regresso", o filme que finalmente dará a Leonardo DiCaprio sua primeira estatueta dourada do Oscar. E não é para menos. DiCaprio está em uma de suas melhores atuações, talvez a melhor de sua carreira. O mais impressionante sobre o trabalho de DiCaprio é que seu personagem pouco fala durante todo o filme. Quase todos os sentimentos e comunicações são transmitidos através de olhares, expressões faciais e do seu posicionamento em cena. Não é qualquer ator que, quase sem falar, consegue transmitir de forma tão brilhante a raiva, o medo, a tristeza e a dor. O ator precisou se entregar de corpo e alma a um trabalho muito difícil de executar. DiCaprio foi submetido a situações extremas e até abriu mão de sua dieta vegetariana para comer um fígado bovino cru em frente às câmeras. Tão impressionante quanto a dedicação DiCaprio é a do diretor por trás dessa obra: Alejandro Gozalez Iñárritu. Iñárritu é responsável por alguns dos mais espetaculares filmes produzidos nos últimos anos: Babel, 21 Gramas, Amores Brutos e Birdman, pelo qual ganhou o Oscar em 2015. Em seu novo projeto, "O Regresso", Iñárritu escolheu uma história verídica que ocorreu no início século XIX e que foi adaptada para um livro homônimo. No filme, DiCaprio é Hugh Glass, um homem que trabalha como guia de uma companhia de exploradores nos EUA. Glass lidera o grupo pela congelada natureza selvagem em meio ao frio e a ataques dos índios da região. O grande problema surge quando Glass é atacado por um urso e é deixado para morrer por um dos seus antigos parceiros. A sede de vingança e a luta pela sobrevivência em uma situação limite é a temática do filme. Assim como o verdadeiro Glass, a equipe de "O Regresso" também foi submetida a situações adversas. O longa foi rodado em uma região remota do Canadá em pleno inverno, com temperaturas abaixo de zero. Para dificultar ainda mais o processo, Iñárritu decidiu rodar o filme apenas com luz natural, sem qualquer ajuda de luzes artificiais ou artifícios de iluminação. Como era inverno, o diretor contou com apenas uma hora de sol por dia para gravar as cenas. O resultado é impressionante. Cada segundo de cena em "O Regresso" é um espetáculo visual milimetricamente fotografado pelo cibematógrafo Emmanuel Lubezki. Iñárritu também optou por evitar ao máximo a computação gráfica. A avalanche que aparece no filme é verdadeira. Devido à imensa complexidade, o tempo total de gravação foi de nove meses.
O Oscar de melhor ator para DiCaprio é certo. Resta saber se "O Regresso" terá fôlego para desbancar dois fortes concorrentes a melhor filme do ano, "Spotlight" e "A Grande Aposta".
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