O Brasil acordou surpreso com a
indicação do longa de animação “O Menino e o Mundo” para o Oscar 2016, o maior
prêmio de cinema do mundo. É a primeira vez que uma animação nacional é indicada a um Oscar e o primeiro filme de ficção brasileiro a ser indicado a um
prêmio desde Cidade de Deus em 2004. O longa concorre ao prêmio de Melhor Animação com "Anomalisa", "Shaun, o carneiro", "Quando estou com Marnie" e com o blockbuster da Disney "Divertida mente".
“O Menino e o Mundo” foi lançado há dois anos em poucas
salas no circuito de arte brasileiro e passou longe das salas comerciais
multiplex. Nos EUA só estreou no ano passado, o que possibilitou a indicação
para o Oscar de Animação deste ano.
Apesar de ser totalmente
desconhecido pelo grande público, “O Menino e o Mundo” venceu o Prêmio Cristal
de melhor longa-metragem no 38º Festival de cinema de animação de Annecy, na
França e também foi indicado nas categorias de melhor animação independente,
melhor direção de arte e melhor música na 43ª edição da Annie Awards, o mais
importante prêmio de animação nos EUA.
A animação foi concebida e
dirigida pelo paulista Alê Abreu, que trabalhou mais de 3 anos na criação do
filme. A ideia nasceu durante a produção de um documentário animado que se
chamaria Canto Latino. Em entrevista à revista pontocom, o diretor contou um pouco do seu processo criativo: “Costumo
dizer que O Menino e o Mundo nasceu dentro de um outro filme. Na época eu
trabalhava no desenvolvimento de um anima-doc (documentário com animação), que lançava um olhar sobre a formação social, política
e econômica da América Latina, do quanto nossos países têm uma história tão
comum e de que forma ela chega na globalização dos dias de hoje”.
“O Menino e o Mundo” parte desta
narrativa inicial e mergulha de maneira lúdica nos graves problemas sociais que
são enfrentados no planeta. O personagem principal é um menino que deixa a
aldeia onde vive numa jornada em busca de seu pai. A viagem acaba se tornando um caminho de autodescobrimento. O menino vai encontrando pelo caminho seres peculiares
como máquinas-bichos e se depara com temas complexos, como a desigualdade
social e desemprego.
Assim como a sua narrativa, a
técnica utilizada na animação é espetacular. A criação dos cenários e dos
personagens foi feita com lápis de cor, giz de cera, colagem e pinturas. O som
é outro item surpreendente. Os diálogos foram gravados em português, porém as
gravações foram invertidas, de forma a tornar as falas incompreensíveis. Todos
os sons e os ruídos foram criados especialmente para o filme. Barulhos dos
animais, das máquinas e da natureza foram totalmente “inventados” a partir de
ruídos incomuns para simbolizar a maneira diferente com que o menino percebe o
mundo que o rodeia.
Ficou com vontade de assistir?
Confira o trailer!
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